terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um Mundo sem Fim - Uma sequela literária de respeito




        “Um Mundo sem Fim”,  foi editado no final de 2007, foi escrito por Ken Follet  e é uma sequela de “Os Pilares da Terra”, êxito mundial do mesmo escritor, publicado em  1989, que já é um clássico da literatura contemporânea.
            A acção começa em 1327, em Kingsbridge, cerca de dois séculos depois dos acontecimentos ocorridos em “Os Pilares da Terra”. Quatro crianças vão para a floresta no dia de Todos os Santos. Juntas, testemunham a morte de dois homens de armas ás mãos de um cavaleiro que fica ferido. Ralph, uma das crianças ajuda o cavaleiro a enterrar uma carta e dá-lhe instruções de que esta apenas deverá ser desenterrada quando  o cavaleiro, morrer. Antes de desaparecer, Sir Thomas, assim se chama o cavaleiro, obriga a s quatro crianças a nunca revelarem aquilo que viram.
        Parecerá difícil, á partida, superar o fabuloso texto com que Ken Follet encantou o mundo em 1989. “Os Pilares da Terra” conseguiu encantar milhões de leitores em todo o mundo, incluindo em  Portugal, apesar do seu atraso neste tipo de fenómenos (o livro só seria editado em 1991, desaparecendo do mercado nacional até 2007), os que o leram nessa altura conseguiram sentir-se irresistivelmente atraídos por aquela cidade fictícia de Kingsbridge e pela riqueza das personagens e nobreza dos seus actos. A verdade é que “Um Mundo sem Fim”, apesar de algumas opiniões contrárias, consegue  superar o seu antecessor, mantendo a mesma linha narrativa e riqueza de personagens,  tornando-o mais empolgante.
Ken Follett, autor deste díptico medieval
        Neste épico medieval, que junta dois dos grandes acontecimentos históricos na Europa: o início da Guerra dos 100 anos e a Peste Negra, Follet continua a oferecer aos leitores um rol enorme de personagens únicas e envolventes, Caris e Merthis, são exemplo disso, na medida em que, ao acompanharmos os seus actos e suas vidas, sentimos alguma proximidade e até alguma esperança naquele mundo de trevas que foi o século XIV; outras personagens há, desde foras-da-lei a cavaleiros, trabalhadores, monges, pobres, ricos, etc. são demasiadas personagens para referir todas, mas que contribuem para o realismo da obra, de tal forma, que qualquer leitor que se preze e seja digno desse nome, se sente transportado para Kingsbridge e participar nas discussões sobre variados assuntos e na procura de soluções para quando algo corre mal  (e há tanta coisa que corre mal!!) .
        Outro dos factores que tornam, tanto “Os Pilares da Terra” como “Um Mundo sem Fim”, grandes é a cuidadosa pesquisa histórica que Ken Follett fez para ambos os livros, tendo em conta a sua paixão por igrejas e catedrais que esteve na origem da sua obra-prima literária, nomeadamente as técnicas de construção utilizadas e que são pormenorizadamente descritas em ambas as obras.
         São mais de 1000 páginas num só volume para quem tiver o original e consegue ler-se de um fôlego só. Mas quem tiver a edição portuguesa, dividida em dois volumes, também não consegue parar de ler, mas apercebe-se do desequilíbrio existente entre os dois volumes. 
        Se no primeiro somos confrontados com uma imensa variada de personagens, futéis,  superficialmente descritas e com um minímo de acção, apenas o suficiente para que nos deixemos arrastar pelo enredo e com curiosidade para saber como é que tudo vai acabar.Chegamos ao segundo volume e tudo muda, como do dia para a noite. Somos confrontados com um enredo que se adensa, complica, simplifica, mas, acima de tudo, atrai e prende o leitor do princípio ao fim, num puro deleite literário que não deixará ninguém indiferente.
       Em 2010 “Os Pilares da Terra” foi adaptado para televisão numa mini-série em oito episódios, com considerável sucesso e diversas nomeações para os Emmy’s de televisão;
       Em 2012 foi a vez de “Um Mundo sem Fim” ser adaptado para o mesmo formato, igualmente em oito episódios.


Nota: as imagens e vídeo que ilustram este texto foram retiradas da Internet

             

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