sábado, 10 de dezembro de 2011

Viagem no Tempo/História Alternativa - Um Exemplo Cinematográfico

     Há algum tempo atrás, publiquei dois textos, um que falava de viagens no tempo e outro em que falava das Histórias Alternativas, o "E se...?" no imaginário popular. Por serem assuntos sugestivos e apelativos para quem gosta destas coisas, resolvi abordá-los novamente mas do ponto de vista cinematográfico através dum filme que os toca ligeiramente.
    Durante uma patrulha de rotina no Pacífico, o "USS Nimitz", o porta-aviões mais poderoso do mundo, é apanhado numa tempestade magnética que, sem que os seus ocupantes se apercebam disso, os faz recuar no tempo, até ao dia 6 de Dezembro de 1941, nas vésperas do ataque a Pearl Harbor! . Sem saber o que lhes aconteceu, sem conseguirem comunicar com ninguém, assumem que o mundo está em guerra e entram em estado de alerta. Quando finalmente descobrem onde estão realmente,  Matt Yelland (Kirk Douglas numa prestação razoável), comandante do porta-aviões, vê-se perante uma realidade inevitável e onde tem que tomar a decisão mais importante da sua vida: deixa que a história siga o seu curso normal ou impede o ataque Japonês que irá lançar os Estados Unidos na II Guerra Mundial e altera a história mundial? É há volta desta premissa original que "The Final Countdown - A Contagem Final" vai girar.
     A realização de Don Taylor é segura e equilibrada, gerindo bem o material que dispunha, resistindo à tentação de banalizar o assunto (apesar da chama que se acende entre o Comandante Owens e Laurel), antes pelo contrário, o filme ganha embalagem, não através das suas cenas de acção, que até são escassas (mas fica-nos a sensação que o realizador era um apaixonado por aviões de combate, tal é o gosto com que filma os F-14, em vôo, a descolarem e aterrarem no Nimitz), mas sim doseando bem os diversos estados por que passa a tripulação do porta-aviões antes de perceberem onde se encontram até quase ao final quando novamente surge a tempestade magnética.
   Não é tanto pelos aspectos técnicos do filme que até contou com a colaboração do Departamento de Defesa Norte-Americano que facilitou a rodagem do mesmo a bordo do verdadeiro "Uss Nimitz", nem é pelas sequências aéreas, que foram um "must" na altura, (ainda se estava longe de "Top Gun"), nem pelas cenas de acção; o que torna  "A Contagem Final" num bom filme e não o deixa cair na banalidade são as conversas que decorrem ao longo da acção entre os protagonistas: primeiro, o receio de que aquela seja uma situação extrema de guerra nuclear para a qual estão preparados; depois vem a constatação da situação em que se encontram. Aqui percebe-se que nem todos os presentes querem ir combater, as suas opiniões e pontos de vista bem expressos, mas a decisão tem que ser tomada e cabe ao comandante decidir (talvez o melhor momento do filme seja aquele em que o comandante diz que o "Nimitz" é um navio da marinha dos Estados Unidos e como tal é sua missão defender o país seja em que tempo for e acatar assim as responsabilidades que daí advenham, mesmo que implique alterar a história dos anos vindouros).
   "A Contagem Final" é  um  drama de ficção científica/fantasia que utiliza o conceito de viagem no tempo e o leva um pouco mais à frente que as produções habituais já que foi dos primeiros a analisar as consequências e decisões que dele emanassem, resultando num interessante filme de acção,  que se vê e revê com satisfação.


Nota: As imagens e vídeos que ilustram este texto foram retirados da Internet





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